1 ano de okinawando

Hoje, dia 29 de dezembro, é o 1º aniversário do nosso blog okinawando!

Exatamente há 1 ano, estávamos curtindo o inverno de brisas geladas de Okinawa. Foi lá que tivemos inspiração pra criar o blog e a página no facebook. Mas… por quê?

Primeiro, queríamos mostrar o que estávamos vendo por lá. Como não era a nossa 1ª vez em Okinawa, já sabíamos que queríamos ir um pouco além dos lugares turísticos e mergulhar de cabeça na terra dos nossos antepassados. Além disso, fomos para Okinawa com bolsas de estudo custeadas pelo governo e prefeituras, e achamos importante divulgar o que aprendemos.

Okinawa é um lugar muito chanpuru – uma mistura de influências asiáticas (sobretudo chinesas), japonesas e americanas. Mas lá, longe de nossa terra, também redescobrimos o que é o Brasil e pensamos sobre nossa própria identidade.

Sempre falamos que Okinawa oferece inúmeras possibilidades. Claro que não podemos deixar de pensar na chamada cultura tradicional de Okinawa. Vimos muito eisá, Ryukyu buyō, castelos e tivemos contato com coisas que vêm sendo cultivadas há séculos. Mas também tentamos abrir os olhos e conhecer o que está acontecendo de novo lá – uma outra Okinawa que ainda não conhecemos no Brasil.

Tentamos conhecer um pouco de várias coisas – desde história da guerra, bases militares, museus, restaurantes, ilhas remotas, estátuas, túmulos, templos, castelos, cavernas, utaki, praias… Enfim, quanto mais conhecíamos, mais parecia que nossa lista de lugares para conhecer aumentava. Dois anos lá e a sensação que fica é que conhecemos somente uma parte equivalente a um pequeno grão de areia de uma praia bem bonita.

O outro objetivo, esse ainda longe de ser alcançado, é transmitir aos jovens um pouco sobre Okinawa. Muitas pessoas de nossa geração – sansei, yonsei, gosei – já não têm mais tanto contato com a cultura e os costumes de Okinawa.

Queremos mostrar como Okinawa é legal. Mesmo que você não se interesse por sanshin ou dança, talvez você goste rock de Okinawa. Por quê não conhecer um pouco? Algumas famílias tradicionais e a cultura de valorização do chōnan (filho mais velho) não aceitam filhos gays. Mas por quê não, se Okinawa está começando a aceitar? Somos filhos de Uchiná e com certeza lá encontraremos algo para nós.

Para tentar alcançar os mais jovens, criamos a página no facebook – mas, temos mais seguidores com mais de 65 anos do que com menos de 18 (não que isso seja necessariamente ruim). De qualquer forma, quando os jovens começarem a se questionar de onde vieram, o que é Okinawa e procurarem no Google, o okinawando estará lá à disposição.

Sabemos que nosso olhar não é isento, e nossos posts sempre representarão nossas opiniões. Por mais que tentemos mostrar para a comunidade uchinanchu no Brasil o que vimos, nada substitui a sensação de ir lá e conhecer com os próprios olhos. Por isso, por mais que soe pretensioso, queremos despertar em nossos leitores – mulheres, homens, jovens, velhos – uma vontadezinha, uma curiosidade de ir atrás das coisas e lugares maravilhosos que visitamos. E que tentem encontrar “sua própria Okinawa”. Pois, sempre haverá aquele lugar que te toca mais, que você sente que tem que conhecer e que um dia vai contar para seus netos: “sabe, quando viajei para Uchiná, terra de nossos antepassados, eu fui em um lugar bem legal…”

Completamos só um ano e esperamos que tenhamos fôlego pra continuar pesquisando e escrevendo por muito tempo ainda! E agradecemos às nossas leitoras e leitores, por ler nossos posts – cada clique, curtida, comentário, compartilhamento já nos incentiva a prosseguir e ajuda a divulgar nosso trabalho. Ippee nifee deebiru!

Nosso primeiro post foi sobre esse simpático Tomori shiisaa! Clique aqui para ler!